Valor da aposentadoria por idade: quanto você pode receber
Você já se perguntou qual será o valor da aposentadoria por idade que vai receber pelo INSS? Saber o valor esperado não é só curiosidade: é parte de planejar o futuro, avaliar se vale pedir aposentadoria ou continuar contribuindo. Neste guia, vou explicar de forma simples e prática como o cálculo funciona hoje: requisitos legais, média dos salários, coeficientes e regras de transição. Também vou mostrar como usar as ferramentas oficiais para simular o valor e estratégias para aumentar seu benefício.

ENTENDENDO O QUE SIGNIFICA "VALOR DA APOSENTADORIA POR IDADE"
Diferença entre valor inicial e reajustes
O valor inicial da aposentadoria é aquele definido no momento da concessão do benefício, calculado a partir das suas contribuições. Já os reajustes acontecem anualmente, com base em índices oficiais de inflação e regras do INSS. É importante entender que o valor inicial não permanece fixo, mas os reajustes buscam manter o poder de compra do beneficiário ao longo do tempo.
Piso e teto do INSS em 2025
Em 2025, o piso previdenciário — ou seja, o menor valor que alguém pode receber de aposentadoria — é de R$ 1.518,00, enquanto o teto é de R$ 8.157,41. Isso significa que, mesmo que seu cálculo resulte em valor inferior, você receberá o piso; se ultrapassar o teto, o pagamento será limitado ao valor máximo permitido. Esses limites garantem um padrão nacional de pagamento, independentemente do histórico contributivo.
Por que nem sempre será "o último salário"
Muitas pessoas acreditam que o valor da aposentadoria será igual ao último salário recebido, mas isso raramente ocorre. O cálculo considera a média dos salários de contribuição ao longo de toda a vida laboral (a partir de julho de 1994), não apenas os últimos meses. Assim, se em alguns períodos você contribuiu com valores baixos, isso afetará a média final e, consequentemente, o valor do benefício.
REQUISITOS PARA APOSENTADORIA POR IDADE NO INSS
Idade mínima para mulheres e homens
Desde a reforma da Previdência de 2019, a idade mínima para aposentadoria é de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens. Essa é a regra definitiva do INSS, mas há regras de transição para quem já contribuía antes da mudança. A reforma acabou com a antiga aposentadoria por tempo de contribuição isolada, tornando a idade um fator obrigatório para a maioria dos segurados.
Tempo mínimo de contribuição (carência)
Além da idade, é exigida uma carência mínima de 180 contribuições mensais, o que equivale a 15 anos de pagamentos ao INSS. Isso significa que, mesmo com idade suficiente, o benefício será negado se a pessoa não tiver atingido esse tempo mínimo de contribuição. É fundamental conferir seu histórico no CNIS antes de fazer o pedido para garantir que todas as contribuições estão registradas corretamente.
Regras de transição após a reforma
Quem já contribuía antes de 13 de novembro de 2019 pode se enquadrar em regras de transição, que misturam idade mínima progressiva, pedágio e tempo de contribuição. Nessas regras, a idade mínima sobe gradualmente, o que pode favorecer quem está perto de atingir os requisitos. Verifique sempre qual regra oferece o melhor valor antes de fazer o pedido, pois escolher a regra errada pode resultar em perda significativa de valor mensal.
COMO É FEITO O CÁLCULO DA APOSENTADORIA POR IDADE
Média de salários de contribuição
O cálculo começa pela média dos salários de contribuição após julho de 1994. Soma-se todos os salários e divide-se pelo número total de meses com contribuição. Essa média é a base para o valor final. Quem teve muitas contribuições baixas ou períodos sem contribuição tende a ter um valor menor. É por isso que é importante contribuir sempre que possível com valores mais altos, respeitando sua capacidade financeira.
Coeficiente inicial de 60% + acréscimos
Depois de apurar a média, aplica-se o coeficiente: 60% da média + 2% por ano que ultrapassar 15 anos de contribuição (mulheres) ou 20 anos (homens). Isso significa que, quanto mais tempo de contribuição, maior o percentual aplicado sobre a média. Por exemplo, uma mulher com 25 anos de contribuição terá: 60% + (10 × 2%) = 80% da média salarial. Um homem com 25 anos terá: 60% + (5 × 2%) = 70% da média.
Exemplo prático de cálculo
Exemplo 1 (Mulher): Uma mulher com 20 anos de contribuição e média de R$ 3.000,00 teria: 60% + (5 × 2%) = 70%. Assim, o valor seria R$ 3.000 × 0,70 = R$ 2.100,00.
Exemplo 2 (Homem): Um homem com 20 anos de contribuição e média de R$ 3.000,00 teria: 60% da média (pois ainda não ultrapassou 20 anos), resultando em R$ 3.000 × 0,60 = R$ 1.800,00.
Limitações: mínimo e máximo
O valor da aposentadoria por idade nunca pode ser inferior ao piso (R$ 1.518,00) nem superior ao teto (R$ 8.157,41). Esses limites garantem um padrão nacional de pagamento, independentemente do histórico contributivo. Se o cálculo resultar em valor abaixo do piso, você receberá o salário mínimo. Se ultrapassar o teto, o pagamento será limitado ao valor máximo, mesmo que sua média contributiva seja superior.
SIMULANDO SEU VALOR NO MEU INSS E FERRAMENTAS OFICIAIS
Simular Aposentadoria no gov.br
No portal gov.br, o serviço "Simular Aposentadoria" permite ver quanto tempo falta para se aposentar e qual seria o valor aproximado. O cálculo usa dados oficiais do CNIS e aplica as regras vigentes. Para acessar, entre no aplicativo ou site Meu INSS, faça login com sua conta gov.br e procure por "Simular Aposentadoria". O simulador mostrará diferentes cenários conforme as regras de transição aplicáveis ao seu caso.
Ferramentas de simulação de terceiros
Sites especializados também oferecem simuladores que permitem inserir manualmente contribuições faltantes, ajudando quem tem períodos sem registro no INSS. Essas ferramentas geralmente oferecem análises mais detalhadas e comparações entre diferentes estratégias de aposentadoria. No entanto, sempre compare os resultados com o simulador oficial do INSS para garantir precisão.
Interpretação dos resultados simulados
Os simuladores mostram o valor estimado, mas o cálculo final será confirmado apenas pelo INSS no momento da concessão. Compare o valor simulado com o piso e o teto e verifique se há falhas no CNIS que possam afetar o resultado. Se o valor simulado for muito baixo ou próximo ao piso, considere estratégias para aumentar o benefício, como contribuir por mais tempo ou complementar períodos com contribuições baixas.
O QUE FAZER SE VOCÊ ESTÁ AFASTADA POR SAÚDE
Relação entre auxílio-doença e aposentadoria
Quem está afastada por motivo de saúde e recebe auxílio-doença também está contribuindo indiretamente, pois o período de afastamento conta como tempo de contribuição. No entanto, os meses afastados podem impactar a média salarial, especialmente se o valor do auxílio for inferior aos salários anteriores. É importante verificar se o tempo está sendo computado corretamente no CNIS e como isso afeta o cálculo da aposentadoria futura.
Impacto dos meses sem contribuição
Períodos longos sem contribuição reduzem a média, pois entram como meses com valor zero. Isso pode diminuir significativamente o valor final da aposentadoria por idade. Sempre que possível, regularize contribuições atrasadas e mantenha o histórico atualizado. Se você ficou períodos sem trabalhar, considere fazer contribuições como segurado facultativo ou complementar para preencher lacunas no histórico contributivo.
Estratégias para preservar o valor futuro
Mantenha laudos médicos e comprovantes de afastamento organizados, pois eles ajudam a justificar períodos sem contribuição. Faça simulações periódicas e veja se vale a pena adiar o pedido para aumentar o coeficiente e melhorar o valor do benefício. Cada ano adicional de contribuição aumenta 2% no coeficiente, o que pode representar uma diferença significativa no valor mensal para o resto da vida.
EXEMPLOS REAIS COM NÚMEROS
Caso A: Contribuição constante
Perfil: Mulher, 62 anos, 20 anos de contribuição constante
Média salarial: R$ 4.500,00
Cálculo do coeficiente: 60% + (5 anos acima de 15 × 2%) = 70%
Valor final: R$ 4.500,00 × 0,70 = R$ 3.150,00
Este caso mostra que a constância nas contribuições e manutenção de bons salários ao longo da carreira resulta em um benefício significativamente acima do piso.
Caso B: Contribuição irregular
Perfil: Mulher, 62 anos, 16 anos de contribuição irregular
Média salarial: R$ 2.500,00 (afetada por períodos sem contribuição e valores baixos)
Cálculo do coeficiente: 60% + (1 ano acima de 15 × 2%) = 62%
Cálculo inicial: R$ 2.500,00 × 0,62 = R$ 1.550,00
Valor final: R$ 1.550,00 (próximo ao piso previdenciário)
Este exemplo mostra como períodos sem contribuição e bases contributivas baixas impactam negativamente o valor final, resultando em benefício próximo ao mínimo.
CUIDADOS, ERROS COMUNS E VERIFICAÇÕES ANTES DO PEDIDO
Conferir CNIS e corrigir divergências
O CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais) é o documento mais importante do processo. Se houver vínculos ou salários faltando, o valor da aposentadoria será prejudicado. Sempre atualize e corrija informações incorretas antes de fazer o pedido. Acesse o CNIS pelo aplicativo Meu INSS e compare com sua carteira de trabalho e comprovantes de contribuição. Se encontrar divergências, providencie a correção imediatamente, apresentando documentos que comprovem os vínculos e valores corretos.
Verificar bases de contribuição baixas
Contribuições muito próximas ao salário mínimo diminuem a média e, consequentemente, o valor do benefício. Quando possível, faça contribuições maiores ou complementares para aumentar o valor da aposentadoria. Se você trabalha como autônomo ou é segurado facultativo, considere contribuir sobre um valor superior ao mínimo, respeitando sua capacidade financeira e visando uma aposentadoria mais confortável.
Uso de contribuições em atraso
O INSS permite, em alguns casos, pagar contribuições em atraso. Isso pode ajudar a completar o tempo exigido e aumentar a média, mas exige atenção às regras específicas de cada caso. Nem sempre é possível recolher em atraso, e quando é permitido, há regras sobre valores, prazos e formas de cálculo. Consulte um profissional especializado antes de fazer recolhimentos atrasados para garantir que serão válidos e benéficos para seu caso.
Escolha da melhor regra
Simule diferentes regras (transição, definitiva) para descobrir qual traz o melhor resultado financeiro. Às vezes, esperar alguns meses pode elevar significativamente o valor do benefício. Compare aposentadoria por idade com outras modalidades disponíveis para seu caso (pontos, idade progressiva, pedágio) e escolha a que oferece o melhor custo-benefício entre tempo de espera e valor mensal. Um planejamento adequado pode resultar em milhares de reais a mais ao longo da aposentadoria.
PRINCIPAIS PONTOS
Cálculo baseado na média
O cálculo usa a média dos salários e um coeficiente de 60% + 2% por ano adicional acima de 15/20 anos.
Piso e teto em 2025
O piso é de R$ 1.518,00 e o teto é de R$ 8.157,41. Seu benefício sempre ficará dentro desses limites.
Períodos sem contribuição prejudicam
Períodos sem contribuição reduzem a média salarial e diminuem o valor final do benefício.
Conferir o CNIS é essencial
Conferir o CNIS e corrigir erros é essencial para não perder dinheiro. Faça isso antes de se aposentar.
Afastamento por saúde
Quem está afastado por saúde deve guardar laudos e manter os registros atualizados no INSS.
Simule antes de pedir
Use o simulador oficial do Meu INSS para estimar seu valor e planejar a melhor estratégia.
PERGUNTAS FREQUENTES (FAQ)
Qual é o valor mínimo da aposentadoria por idade?
O valor mínimo é o piso previdenciário: R$ 1.518,00 em 2025. Mesmo que seu cálculo resulte em valor inferior, você receberá pelo menos o salário mínimo.
Qual é o valor máximo?
O teto do INSS em 2025 é de R$ 8.157,41. Mesmo que sua média de contribuições seja superior, o pagamento será limitado a esse valor.
Como aumentar o valor da aposentadoria?
Contribuindo por mais tempo (cada ano adicional adiciona 2% ao coeficiente), aumentando a base de contribuição e corrigindo erros no CNIS. Também é possível pagar contribuições em atraso em situações específicas.
Quem está afastado por doença pode se aposentar?
Sim. O afastamento não impede o pedido de aposentadoria por idade, mas pode afetar a média contributiva. É importante verificar os registros no CNIS e manter a documentação médica organizada.
Como simular o valor da aposentadoria?
Use o serviço oficial no Meu INSS (aplicativo ou site gov.br/meuinss) para simular o benefício com base no seu histórico real. O simulador mostra diferentes cenários conforme as regras aplicáveis ao seu caso.
É possível pagar contribuições atrasadas?
Sim, em situações específicas. Consulte um profissional especializado antes de recolher para garantir que os pagamentos sejam válidos e benéficos para seu caso.
O valor aumenta todo ano?
Sim. Os benefícios são reajustados anualmente conforme índices oficiais de inflação (INPC) para manter o poder de compra dos aposentados.
O último salário influencia no valor final?
Não diretamente. O cálculo considera a média de todas as contribuições desde julho de 1994, não apenas o último salário. Por isso, é importante manter boas contribuições ao longo de toda a carreira.
CONCLUSÃO
Entender como funciona o valor da aposentadoria por idade é fundamental para planejar seu futuro e evitar surpresas desagradáveis. A média contributiva, o coeficiente e as regras de transição influenciam diretamente o valor do benefício.
Para quem vive um período de afastamento por saúde, é ainda mais importante acompanhar o CNIS, simular cenários e buscar orientação sobre qual momento é mais vantajoso para o pedido. Pequenas ações — como corrigir registros e complementar contribuições — podem gerar uma diferença significativa no valor recebido.
Planeje com antecedência, use as ferramentas oficiais e busque sempre informações atualizadas antes de se aposentar.
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*Este conteúdo é informativo e não substitui avaliação jurídica individual.

